O projeto para a construção de uma unidade de radioterapia em Itabira segue avançando. Na tarde de terça-feira (10), uma reunião no auditório do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) discutiu os próximos passos para a implantação do serviço, que funcionará por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A expectativa é de que a ordem de serviço para o início da empreitada seja assinada em até 60 dias.
“A implantação da radioterapia é um trabalho que vem sendo desenvolvido há vários anos, desde a administração passada. Agora está se concretizando. Estamos recebendo um engenheiro enviado pelo Ministério da Saúde para demarcar o local e finalizar o projeto, junto com a arquiteta do HNSD, e a partir de novembro devemos começar essa obra”, destacou Márcio Antônio Labruna, provedor do Hospital Nossa Senhora das Dores.
Para Marco Antônio Gomes, médico da instituição e vice-prefeito de Itabira, o novo serviço impactará postivamente a região, podendo atender uma população de quase 500 mil pessoas — que não precisarão recorrer a grandes centros, como Belo Horizonte, para ter acesso a esse tipo de tratamento.
“A radioterapia é um avanço muito grande para Itabira e região, pois aumenta a qualidade de vida do paciente. Nós vimos que a chegada da quimioterapia trouxe um padrão diferente para o hospital, com diagnósticos de câncer mais rápidos. Agora, com a radioterapia, poderemos reduzir a distância entre o doente e o seu tratamento”, ressaltou Marco Antônio Gomes.
O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, que esteve na reunião, destacou o desenvolvimento dos serviços de saúde como uma das alternativas para o desenvolvimento econômico da cidade e vê na radioterapia como um importante passo nesse processo.
“Itabira já tem o tratamento renal crônico e a oncologia, que agora avança com a radioterapia, mas também precisa avançar em ortopedia, cardiologia e outras especialidades para que a cidade seja um polo regional de medicina. Então é uma grande oportunidade e o HNSD tem essa vocação para receber esses serviços de alta complexidade”, avaliou Marco Antônio Lage.
Também participaram do encontro a secretária Municipal de Saúde, Luciana Carmem Sampaio; o diretor-geral da Gerência Regional de Saúde de Itabira (GRS-Itabira), Maurício Geraldo Marques; e colaboradores do HNSD.
Visita técnica
Para elaborar o projeto de construção do prédio da radioterapia, o Ministério da Saúde — responsável pelo custeio das obras, com investimento que pode passar dos R$ 10 milhões — contratou o consórcio formado pelas empresas MHA Engenharia e RAF Arquitetura.
Na terça-feira, o engenheiro Rafael Soares Basílio realizou uma visita técnica ao hospital para apresentar o estudo de viabilidade do projeto, que ocupará uma área de aproximadamente 1,2 mil metros quadrados.
“Nesse primeiro momento vamos fazer uma análise prévia junto com uma vistoria para dar início ao projeto da radioterapia que será executado no HNSD. Para isso, é necessário, além da área para construção, as questões relacionadas a arquitetura do prédio e os projetos complementares, como hidráulico e elétrico, assim como o estudo para o isolamento da radiação emitida pela própria radioterapia”, explicou Rafael Basílio.
Histórico
De acordo com o diretor executivo do HNSD, Alexandre Coelho, a criação de uma oncologia em Itabira é um projeto antigo da instituição. Em 2016, a iniciativa começou a ganhar forma com o credenciamento e implantação de um setor de quimioterapia SUS no hospital.
O atendimento aos pacientes com câncer em Itabira, sobretudo com o crescimento das cirúrgias oncológicas, foi reconhecido pelo Ministério da Saúde, que incluiu o HNSD em um plano de expansão de radioterapia no Brasil.
“Esse projeto nasceu na época do Dr. Cesário [Martins Carneiro], que sonhava com uma oncologia para Itabira. No final de 2016 conseguimos credenciar a unidade de alta complexidade em quimioterapia e já sonhávamos, desde aquela época, em um centro que também tivesse a radioterapia. Temos trabalhado para isso e esse reconhecimento do Ministério da Saúde reforça a vocação do HNSD para os serviços de alta complexidade”, falou Alexandre Coelho.
