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(Crônica) Vozes de Vitória: Maria Perpétua

2 de julho de 2025
Tempo de leitura: 2 minutos

Aos 74 anos, Maria Perpétua de Souza carrega no olhar a leveza de quem aprendeu a enfrentar as batalhas da vida com fé e bom humor. A itabirana vive uma jornada de superação contra o câncer de mama, enfrentando o diagnóstico não apenas uma, mas duas vezes, com uma serenidade que impressiona.

Em 2007, ela recebeu o primeiro diagnóstico de câncer de mama. Quatorze anos depois, em 2021, a doença voltou, apresentando nódulo na outra mama. Mas nem isso abalou sua vontade de viver. “Quando o médico falou que teria que retirar as duas, eu só pensei: fazer o quê, né? Bora enfrentar de novo”.

A importância do autocuidado

Vaidosa assumida, Maria Perpétua, nunca deixou de se cuidar. Para ela, o segredo está na forma como se encara a vida. Ela faz questão de manter sua rotina ativa, cuidando das plantas, costurando, se maquiando e, claro, curtindo o carnaval.

“Se você fica só deitada, esperando, a vida te adoece.
Você tem que se sentir útil. Eu levanto, passo o meu batom e vou cuidar da vida,
gosto de escrever minhas poesias, de cuidar das minhas plantas. Isso me move.”

Fé que move montanhas 

A fé também é o seu combustível diário. Católica, ela realiza orações, acende velas e mantém um caderno onde anota os nomes de pessoas que pedem preces.

“Eu oro por quem precisa. A fé move tudo.
Tem gente que melhora depois de uma oração. Eu acredito.”

Uma mulher com seus lenços 

Fotos: Arquivo Pessoal

O tratamento trouxe, além dos desafios físicos, uma mudança visível: a perda dos cabelos. Mas isso nunca foi motivo para tristeza. Pelo contrário. “Raspei minha cabeça em casa mesmo. Comprei peruca, mas não gostei de usar, não. Achei que não combinava comigo. Aí peguei meus lenços, amarrei, passei meu batom, coloquei meus brincos e segui. Porque a gente não pode perder a vaidade nem a alegria, não.”

Um ato de empatia

O uso dos lenços ganhou ainda mais significado durante uma festa de Natal em família. “As minhas filhas, minhas netas e todo mundo colocou lenço na cabeça pra me apoiar. Olha, você não imagina como aquilo me fortaleceu. Foi emocionante, fiquei até boba. A gente riu, brincou e eu percebi que não estava sozinha nessa luta.”

Mensagem para quem também está na luta

Foto: Comunicação HNSD

Com a serenidade de quem aprendeu muito com a vida, Maria deixa um recado a quem enfrenta o câncer:

“No começo não é fácil, não. Dá aquele choque.
Você pensa: ‘Pronto, minha vida acabou’. Mas não acabou, não.
Levanta, se cuida, faz seu tratamento, confia em Deus.
E não deixa a tristeza tomar conta, porque ela seca os ossos.”

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