O câncer de ovário é uma das neoplasias malignas mais desafiadoras da oncologia feminina. Apesar de ser menos frequente do que outros tipos de câncer ginecológico, é conhecido como um “câncer silencioso”, justamente porque seus sintomas iniciais costumam ser inespecíficos e de difícil percepção.
Para esclarecer dúvidas, o cirurgião oncológico do HNSD, Dr. Guilherme Dutra, falou sobre a doença, seus fatores de risco e a importância do diagnóstico precoce.
O que é o câncer de ovário?
É uma doença que se desenvolve nos ovários e pode se manifestar de diferentes formas. Segundo Dr. Guilherme, há duas faixas etárias nas quais a incidência é maior:
- Adultas jovens, com os tumores germinativos, relacionados a fatores genéticos.
- Mulheres acima de 65 anos.
“Esse tipo de câncer pode crescer localmente ou enviar células cancerígenas para outras partes do corpo e, justamente por isso, é tão preocupante”, explica o médico.
Um câncer silencioso
O grande desafio do câncer de ovário é a ausência de sintomas específicos nas fases iniciais. “Como a cavidade abdominal é muito complacente, dificilmente notamos lesões pequenas nos ovários. Os sinais aparecem quando a doença já está mais avançada”, ressalta Dr. Guilherme.
Entre os sintomas que merecem atenção estão:
- Aumento do volume abdominal;
- Diminuição do apetite;
- Emagrecimento acentuado.
O médico alerta ainda as mulheres que perceberem massas abdominais ao toque. Essas também devem procurar atendimento médico imediato.
Fatores de risco
De acordo com Dr. Guilherme, alguns fatores podem aumentar a chance de desenvolver o câncer de ovário:
- Histórico familiar da doença;
- Uso de reposição hormonal;
- Obesidade.
“Por isso, os exames ginecológicos de rotina são essenciais, especialmente em mulheres com histórico familiar”, reforça o especialista.
Diagnóstico e tratamento
Atualmente, não existe uma forma de prevenção do câncer de ovário. O que existe é a possibilidade de identificá-lo precocemente, por meio de exames como ultrassonografia pélvica, exames de sangue e acompanhamento ginecológico regular.
O tratamento varia de acordo com o estágio em que a doença é diagnosticada:
- Estágios iniciais: cirurgia para retirada dos ovários, útero, omento e linfonodos.
- Estágios avançados: pode ser necessária apenas a biópsia e o tratamento com quimioterapia.
“No HNSD, nossa equipe de cirurgia oncológica está preparada para atuar em todos os estágios da doença, em parceria com a equipe de oncologia, oferecendo um tratamento completo e integrado às pacientes”, destaca Dr. Guilherme.
Atenção aos sinais pode salvar vidas
O especialista reforça o apelo às mulheres:
“Qualquer sinal como aumento do abdômen, perda de peso significativa ou redução do apetite deve ser investigado. A identificação precoce é a chave para aumentar as chances de cura.”