O HNSD promoveu no dia 15, o I Simpósio de Cuidados Paliativos, reunindo profissionais de diferentes áreas da saúde para discutir, refletir e compartilhar práticas relacionadas ao cuidado humanizado de pacientes em fases avançadas de doenças.
O evento foi aberto pelo diretor executivo do HNSD, Alexandre Coelho, que ressaltou a importância de criar espaços de diálogo e sensibilização sobre o tema.
“Os cuidados paliativos nos convidam a olhar para o paciente com empatia, respeito e humanidade, indo além do tratamento e acolhendo cada história de vida. Essa é uma missão que fortalece o propósito do nosso trabalho e reafirma o compromisso do HNSD com o cuidado integral”, afirmou.
Programação e palestras
O simpósio contou com uma programação completa, abordando diferentes aspectos do cuidado paliativo.
A “Palestra Magna: O que são Cuidados Paliativos e por que precisamos falar sobre isso?”, conduzida pela médica Dra. Paloma Duarte Motta, trouxe reflexões sobre o que são os cuidados paliativos e a importância de discutir o tema. Dra. Paloma destacou as habilidades essenciais de um profissional da área: diagnosticar, controlar sintomas, comunicar-se de forma efetiva e planejar antecipadamente o cuidado, sempre com foco na dignidade e no conforto do paciente.
O Prof. Arthur Kelles Andrade, psicólogo e professor da UFMG, conduziu a palestra “Comunicação de más notícias: o papel da empatia”, reforçando a importância da escuta ativa, da presença emocional e do acolhimento no momento de transmitir informações difíceis: “A empatia está em sustentar o sofrimento do outro com presença e escuta. Comunicar bem é também cuidar”, explicou.
A médica Dra. Glícia Cristina de Castro abordou “Aspectos éticos e legais nos cuidados de fim de vida”, refletindo sobre dilemas éticos, autonomia do paciente e decisões compartilhadas dentro da equipe.
“Cuidar até o fim é reconhecer a autonomia do paciente, garantindo que suas escolhas sejam respeitadas e que o sofrimento seja minimizado. É um compromisso ético, técnico e profundamente humano” , afirmou.
Dra. Paloma Motta, Prof. Arthur Kelles Andrade e Dra. Glícia Castro durante suas apresentações. Foto: Comunicação HNSD.
Além dessas apresentações, o simpósio incluiu outras palestras de grande relevância, aprofundando a atuação prática e multidisciplinar nos cuidados paliativos.
“Controle de sintomas no paciente paliativo (dor, náusea, dispneia e sofrimento existencial)”, ministrada por Andréia Gazeta, enfermeira especialista em oncologia clínica e pós-graduada em cuidados paliativos. A palestra enfatizou estratégias e protocolos para manejar sintomas físicos e emocionais de forma integrada, destacando a importância do acompanhamento contínuo e personalizado do paciente.
“Cuidados Paliativos – Caminhos que se complementam”, conduzida pela médica Dra. Larissa Vilar Silva, abordou a integração entre diferentes abordagens e especialidades no cuidado paliativo, mostrando como a atuação multidisciplinar pode garantir atenção integral ao paciente e à família, promovendo conforto, dignidade e qualidade de vida mesmo em momentos complexos.
Profissionais destacam impacto do simpósio na prática
O simpósio também serviu como espaço de reflexão e troca de experiências entre os participantes. Para a enfermeira coordenadora do Centro de Alta Complexidade (CAC) do HNSD, Talita Almeida, o evento representou uma oportunidade de ampliar conhecimentos e fortalecer a prática de cuidado humanizado.
“Tem sido uma experiência extremamente enriquecedora e gratificante. O que mais me marcou foi a sensibilidade com que os palestrantes abordaram a importância de enxergar o paciente além da doença, considerando suas singularidades e o acolhimento à família” , disse Talita.
Ela destacou ainda a relevância de temas como empatia, comunicação e cuidado integral na prática diária:
“Esses temas são essenciais, especialmente na oncologia e nos cuidados paliativos. Eles nos aproximam do paciente e da família, permitindo um cuidado que vá além do tratamento clínico. Além disso, discutir cuidados paliativos no hospital é fundamental para promover práticas mais humanas e fortalecer o bem-estar de pacientes, familiares e profissionais”, completou.
Para a coordenadora assistencial do HNSD, Suellen Cabral, o simpósio reforçou a importância do cuidado multidisciplinar e do olhar integral sobre o paciente:
“Participar do simpósio tem sido um grande aprendizado profissional e pessoal, fortalecendo o cuidado humanizado não só no hospital, mas também no convívio familiar. Um dos pontos que mais me chamou atenção foi o cuidado multidisciplinar, mantendo o paciente no centro, respeitando suas histórias, crenças e a família”, afirmou Suellen.
Ela reforçou a ideia de que o cuidado paliativo vai além do paciente em fase terminal:
“É fundamental desmistificar que o paliativo é só para quem está morrendo. É um trabalho árduo, mas gratificante, porque conseguimos minimizar o sofrimento ou proporcionar conforto na fase final da vida. Esses encontros fortalecem a consciência de que cada um de nós tem um papel importante no cuidado integral do paciente paliativo”, concluiu.
Ambas enfatizaram ainda que eventos como esse contribuem para a integração entre equipes, estimulam a construção de um cuidado compartilhado e refletem diretamente na qualidade do atendimento aos pacientes.
Compromisso com o cuidado integral
O I Simpósio de Cuidados Paliativos do HNSD evidenciou a importância de unir conhecimento técnico, ética, empatia e escuta ativa. Todas as palestras e reflexões reforçaram que o cuidado paliativo valoriza o paciente como pessoa, fortalece o trabalho em equipe e promove uma assistência mais humana, acolhedora e respeitosa.