O Brasil tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo e
o Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos
transplantes no País.
Em números absolutos, somos o 2o maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA.
Aqui, pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios,
cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública.
O Dia Nacional da Doação de Órgãos foi instituído pela Lei no 11.584/2007 com o objetivo de
promover a conscientização da sociedade sobre a importância da doação. A campanha
pretende, ao mesmo tempo, estimular as pessoas para que conversem com seus familiares e
amigos sobre o assunto.
Apesar de nos últimos anos ter aumentado a discussão, trata-se ainda de um tema polêmico e
de difícil entendimento, que resulta em um alto índice de recusa familiar, fato que não ocorre só
no Brasil. Segundo pesquisa conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) a
incompreensão da morte encefálica, a falta de preparo da equipe para fazer a comunicação
sobre a morte e motivos religiosos são os principais fatores dessa recusa.
A legislação em vigor determina que a família seja responsável pela decisão de doar ou não os
órgãos de seu ente falecido.
No caso de doador vivo, a pessoa maior de idade e capaz juridicamente pode doar órgãos a
seus familiares. Para a doação entre pessoas não aparentadas é exigida autorização judicial
prévia. Entre vivos podem ser doados um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos
pulmões.
Os potenciais doadores não vivos são pacientes assistidos em UTI com quadro de morte
encefálica, ou seja, morte das células do Sistema Nervoso Central, que determina a interrupção
da irrigação sanguínea ao cérebro, incompatível com a vida, irreversível e definitivo.
Na doação de órgãos de pessoas falecidas são obtidos rins, coração, pulmões, pâncreas,
fígado, intestino e tecidos como córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e
artérias.
Após efetivada a doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e através do
registro de lista de espera seleciona seus receptores mais compatíveis entre os pacientes que
necessitam de um transplante.
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é responsável pela regulamentação, controle e
monitoramento do processo doação e transplantes realizados no país, com o objetivo de
desenvolver o processo de doação, captação e distribuição de órgãos, tecidos e partes
retiradas do corpo humano para fins terapêuticos.
Na maioria das vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a
oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam da doação. O gesto de familiares
de um mesmo doador pode beneficiar várias pessoas e, todos os anos, milhares de vidas são
salvas.
Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/27-9-dia-nacional-da-doacao-de-orgaos-4/