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Fibromialgia pode ter ligações hereditárias, mas também com a depressão e traumas psicológicos, alerta médico do HNSD

2 de outubro de 2023
Tempo de leitura: 6 min

A fibromialgia é uma doença com inúmeros sintomas e, por isso, é considerada uma enfermidade de difícil diagnóstico, justamente por ter características semelhantes às de outras doenças. O paciente que a possui pode apresentar dor generalizada, às vezes intensa, sensibilidade dos músculos, áreas ao redor de tendões e tecidos moles, rigidez muscular, fadiga, confusão mental, transtorno do sono entre outros sintomas somáticos. O anestesiologista do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), Márcio Antônio Fialho, explica ainda que “a síndrome pode apresentar sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais (no que diz respeito a espiritualidade, à alma , à dor da alma, à religiosidade da pessoa e não à religião). Ao interior do ser humano , aos valores de cada pessoa !”. 

“Não existem causas específicas, mas alguns artigos defendem relação com a hereditariedade, depressão até mesmo com algum trauma psicológico vivido ao longo da vida, até mesmo na infância. A fibromialgia pode apresentar também sintomas como cansaço, baixa resistência física, irritabilidade, insônia, sono não reparador, esquecimento, depressão, ansiedade, síndrome do cólon irritável e o pior deles que é a dor crônica”, explicou o médico. 

A Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED) divulgou, em 2022, que pelo menos 3% da população brasileira sofre com dores físicas intensas e incapacitantes da fibromialgia, além de outros sintomas. 

Márcio Fialho explica que em aproximadamente 90% dos casos diagnosticados há maior incidência em pessoas do sexo feminino. “É mais comum no sexo feminino, numa proporção de oito a nove mulheres para um a dois homens. Mais comum entre 30 e 60 anos, mas pode acometer pacientes mais jovens”, relata. 

O diagnóstico é eminentemente clínico, conforme explica o anestesiologista do HNSD. “Os exames laboratoriais e de imagem auxiliam a afastar uma relação de causa e efeito, tendo em vista que nesta síndrome não há lesão e ou processo inflamatório. Além dos problemas emocionais, verdadeiramente o paciente vai ao médico, em função do quadro álgico. Há relato de dor crônica generalizada com acometimento de vários pontos, incluindo músculos, bursas e tendões espalhadas em diferentes partes do corpo”, alerta.

Tratamento – Márcio Fialho explica que o tratamento da fibromialgia é multimodal interdisciplinar e se possível intradisciplinar. Inclui uma terapêutica farmacológica e não farmacológica. Consiste em lançar mão de atividades físicas, musicoterapia, atividades artísticas como teatro e pinturas, massoterapia, educação alimentar, acupuntura, educação. 

“No arsenal farmacológico incluímos, antidepressivos como os duais e tricíclicos, gabapentinoides como pregabalina e gabapentina, além de relaxantes musculares, bloqueios venosos utilizando quetamina e lidocaína e o óleo de cannabis medicinal”, enumerou o médico. 

Como se trata de uma síndrome que envolve toda a esfera existencial do paciente, ele pode ser prejudicado em vários aspectos, como no trabalho, trazendo prejuízos financeiros e nos sistemas de saúde sobrecarregando-os.

“A melhor forma de amenizar este problema seria educação médica e implantação de um centro de tratamento de dor crônica, onde estes pacientes seriam tratados de forma personalizada”, concluiu o médico. 

A fibromialgia é uma síndrome que causa dor generalizada, às vezes intensa, sensibilidade dos músculos, áreas ao redor de tendões e tecidos moles, rigidez muscular, fadiga, confusão mental, transtorno do sono entre outros sintomas somáticos. 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), de 2022, pelo menos 3% da população brasileira sofre com dores físicas intensas e incapacitantes da fibromialgia, além de outros sintomas. O estudo ainda aponta que a síndrome é mais recorrente em mulheres, sendo que em 90% dos casos diagnosticados têm maior incidência em pessoas do sexo feminino. 

Aqui estão algumas dicas de prevenção:

  1. Evite situações de estresse crônico, que podem desencadear ou agravar a fibromialgia. Pratique técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda ou massagem leve.
  2. Mantenha uma rotina de sono saudável, evitando fatores que possam atrapalhar o descanso, como luz, barulho, cafeína, álcool ou uso de eletrônicos antes de dormir.
  3. Pratique exercícios físicos regularmente, preferencialmente aeróbicos, como caminhada, natação ou bicicleta. Os exercícios ajudam a reduzir a dor, melhorar o humor e a disposição.
  4. Mantenha o acompanhamento com o reumatologista e use os medicamentos de forma regular são medidas essenciais para bons resultados nesta desafiante jornada que é o tratamento da fibromialgia. Através do tratamento adequado, o paciente consegue ter toda funcionalidade preservada, sendo possível levar uma vida normal.
  5. Busque apoio psicológico e emocional, seja com um profissional especializado ou com pessoas próximas que possam compreender e acolher suas dificuldades. A terapia pode ajudar a lidar com a dor crônica e a melhorar a autoestima e a autoconfiança.
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