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Suspensão de atendimentos no HNSD podem gerar queda de 40% na arrecadação, alerta provedor

6 de abril de 2020

A suspensão dos procedimentos eletivos e agendados no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) devido aos riscos de contaminação pelo novo coronavírus (Covid-19) acende um novo alerta dentro da instituição, só que desta vez é financeiro. Em entrevista ao jornal Diário de Itabira, o provedor do hospital, Vaquimar José Vaz, disse que a interrupção deste tipo de atendimento representa cerca de 40% do faturamento total do centro de saúde, o que, consequentemente, corresponde a estimativa de perda financeira nos próximos meses.

A preocupação financeira aumentou nos últimos dias, revelou o provedor, principalmente após o Ministério da Saúde recomendar a extensão do prazo de confinamento em todo o país. A recepção do HNSD, que costumava ficar cheia em dias normais, vive uma realidade completamente diferente hoje em dia com cadeiras vagas e pouco fluxo de pessoas.

A suspensão dos atendimentos eletivos, assim como a interrupção das visitas e dos atendimentos ambulatoriais, foi acordada entre os membros do Comitê de Enfrentamento ao Covid-19, instituído pelo prefeito de Itabira Ronaldo Lage Magalhães (PTB) no dia 15 de março, HNSD, Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC) e Secretaria Municipal de Saúde. Com isso, foram definidas as regras de suspensão e restrição de alguns serviços de saúde em todo município.

Segundo Vaquimar Vaz, o hospital tem um andar reservado apenas para atender os casos suspeitos de Covid-19, enquanto todas as outras alas da instituição continuam praticamente vazias e com o funcionamento interrompido. O drama vivido no HNSD também atinge outros hospitais filantrópicos no país e em Minas Gerais.

“Quero deixar claro que não sou contra as medidas de isolamento social, mas defendo uma permanência coordenada dos atendimentos hospitalares, com as devidas precauções para evitar o contágio. As medidas de suspensão causaram uma diminuição no Pronto Atendimento do HNSD em 70%, gerando também um grande impacto financeiro. A nossa estrutura continua sendo a mesma. Não houve diminuição do custo e sim a diminuição da arrecadação, o que já está causando impacto no fluxo de caixa”, alertou Vaquimar Vaz.

A presidente da Federação das Santas Casas de Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), Kátia Regina de Oliveira Rocha, informou que algumas ações estão sendo tomadas para que os hospitais filantrópicos sejam assistidos financeiramente por meio do Governo Federal. No entanto, essas medidas podem levar algum tempo para serem implementadas.

De acordo com ela, existem dois projetos tramitando no Congresso Nacional que poderão auxiliar as instituições filantrópicas nesse momento de enfrentamento ao Covid-19. Um deles prevê a destinação de R$ 2 bilhões a serem repassados aos fundos dos estados e municípios, com possíveis repasses aos hospitais. Já o outro pretende desvincular a arrecadação do número de procedimentos eletivos. Ou seja, o hospital poderá receber uma verba fixa sem ter que promover os atendimentos durante o tempo em que durar a pandemia.

“Queremos trabalhar com orçamentação global, ou seja, o hospital não será remunerado com base em produção de serviços eletivos. Já é uma realidade em todo estado a redução drástica das cirurgias eletivas e, com isso, a queda no faturamento dos hospitais […]. A ideia é que o hospital tenha a mínima sustentabilidade, mas, mesmo assim, teremos que agregar novos recursos para que a gente consiga passar por essa fase difícil”, disse Kátia Rocha.

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